quarta-feira

Boleros


(Paris, Haicais e o Bolero de Ravel)




Prefácio

Esta composição origina-se na experiência de um imigrante em Paris e, tal como no Bolero de Ravel em que a melodia é repetida diversas vezes, a vida do estrangeiro é uma sucessão de cenas cotidianas corriqueiras, mas carregada de emoções que são renovadas a cada dia.
A simplicidade e elegância do Bolero de Ravel (clique aqui para ouvir) realçam as emoções que originaram estes quase haicais, por isso, recomendamos ao leitor essa trilha sonora. Se preferir escolha também a sua bebida favorita e envolva-se.
Originalmente, cada um dos haicais foram impressos em cartões aromatizados que deviam ser aproximados ao nariz para que a fragrância pudesse envolver o leitor mais intensamente.
As essências utilizadas buscavam tornar mais vívidas as emoções evocadas, embora nem sempre fossem as melhores possíveis.
Para viver esta experiência ouça a música e se entregue à poesia, ou faça o contrário.

**************************************************

Boleros (I)



Fria manhã de junho
nuvens por todos os lados
o avião balança



A mulher reza
lá embaixo a cidade
fica para trás



A chegada
pneus cantam no asfalto
aplausos e vivas


[continua...] 



 Para os amantes do Haicai eu sugiro a leitura do livro "Trilha estreita ao confim" do poeta japonês Basho (1644-1694), o mestre do haicai.



 'Trilha estreita ao confim' apresenta o texto de Basho em sua forma original, trazendo o ciclo completo de seus principais relatos de viagem, repletos de haicais memoráveis. Mergulhe na experiência de um poeta fundamental para a poesia contemporânea!

Nenhum comentário:

Postar um comentário